quarta-feira, 10 de julho de 2013

(Un) Faithful




Filme belíssimo, Infidelidade (2002), de Adrian Lyne, que iniciou escola e produz com estilo único 9 ½ Semanas de Amor (1986) e Atração Fatal (1987), explorando as profundezas dos relacionamentos humanos, dentro do casamento, ou fora dele. 

Marriage issues.




O filme não mostra um casamento em ruínas. 
Ao contrário.
Mas parece existir o ranço da rotina dos 11 anos de convivência e que pode ter deixado rastros invisíveis.
O tempo que eles passam juntos todos os dias ultrapassa os momentos ordinários, onde cada um consegue arrumar espaço mental para descobrir mais sobre si próprio e sobre o outro? Acho que não. 

O Absoluto e o Relativo.



O absoluto é o vento, logo no início do filme anunciando que uma tempestade está chegando naquele dia.

Não importa o que significa simbolicamente isso para você ou para mim, é um fato e está sutilmente prognosticado o que virá pelas próximas duas horas.



Constance, perde seu rumo quando a ventania a empurra para os braços de Paul Martel. Olhando daqui, do lado do espectador sempre fica mais fácil encontrar as saídas, as armadilhas, as tolices infantis daqueles que estão protagonizando uma aventura e não conseguem perceber para onde estão indo.





Eu não conheço nenhum mortal que acredita em relacionamentos e que seja totalmente honesto consigo (e conseqüentemente com os outros), com habilidade suficiente para não machucar ninguém, não existe. 

É mais fácil para o maridão Richard Gere - e para todos nós - contratar um detetive particular e mandar seguir a esposa do que realmente dizer: "Olha, eu me sinto como se estivesse tendo um caso. Você está tendo um caso agora ? Tem que falar comigo. Você ainda me ama?" 
Quando a insegurança já tomou conta da sua cabeça e ouvir o que não quer está em pauta, a única saída é criar expectativas sobre tudo. Nesse sentido, realmente existe algo de errado - pessoalmente e com o relacionamento. 





O que fazer então com essa informação, com a constatação que existe uma traição? 
O personagem do marido traído  é empurrado para seus limites e fica à mercê de sentimentos e atitudes que não sabe lidar: quando, onde, com qual intensidade  irão surgir.  E depois, como assumir a responsabilidade por tudo isso? 


O filme talvez nos mostre moralmente que todas as ações têm conseqüências. Mas o que fica nas entrelinhas, nos silêncios, nas belas imagens recheadas de dor, amor, ódio, desespero são os pactos sutis de fidelidade que acontecem a todo momento e que o filme nos mostra de forma emocionante.


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