quarta-feira, 29 de abril de 2015

Mommy Catastrófica



"As ideias não são de ninguém, andam voando por aí, como os anjos" (Gabriel Garcia Marques).

Em seu quinto longa-metragem, o diretor querubim sonhador, Xavier Dolan aos 25 anos, apoiado por um trio de atores admirável, fez um filme belíssimo sobre o temor de mudança, caracterizado por medo da loucura, incapacidade de pensar, angústia de aniquilamento e despersonalização. 






Cores e músicas, conseguem dar o tom e o senso criativo que Dolan usa para nos enquadrar em seu sonho romântico de algumas situações sombrias e doloridas das relações humanas. 







O intenso e atormentado adolescente Steve - interpretado por Antoine-Olivier Pilon, e sua mommy Diane (Anne Dorval),  D-I-E como ela se chama algumas vezes durante o filme, conhecem a vizinha Kyla (Suzanne Clément) e juntos, montam um tripé onde a esperança aparece no meio do caos,  expandindo a vida-tela desses personagens tão confusos e frustrados. 






A viúva de personalidade sem medidas, extravagante, defendida da angústia da perda do marido, dividida entre o amor e o ódio pelo filho, que por sua vez, transtornado pela perda do pai, explode em todas as direções todos os sentimentos sem se preocupar com quem está a sua volta. Xingam-se, atracam-se, machucam-se com violência, mas ela segue resoluta em domar e manter o filho por perto.




Die contará com o apoio de Kyla, vizinha traumatizada e oposta, implosiva, retraída, impossibilitada de se expressar. 
Um contraponto. Uma nova parceria, onde as novas vivências promovem ousadas incursões nas camadas emocionais de todos, mobilizadas por impactos de violência primitiva.







Só quando não estamos armados até os dentes,  é que podemos compreender que a vida não cabe em um só filme.