sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O Lado Bom da Vida

Por que agradou tanta gente?
Não é um filme espetacular, não é dotado de grandes sacadas e pode muito bem cair no gênero da comédia romântica rotineira, mas encanta bastante e te diverte de uma maneira inesperada. Parece ser uma história sobre doenças mentais, pessoas descontroladas, vidas sendo desfeitas por conta dessas condições, mas não é.


Uma comédia diferente, que provoca risos nervosos, romântica sem ser cansativa.

É sobre Pat um marmanjão de 34 anos, dependente e tutelado judicialmente, que vai morar com os pais depois de um casamento desfeito.
Sua estratégia principal é o chamado Pensamento Mágico: através de certos mantras motivacionais cognitivos,  acha que conseguirá se reerguer e reconquistar a ex-mulher (a quem está impedido de procurar por uma ordem de restrição).

E sobre Tiffany, que após ficar precocemente viúva, preocupa a família com surtos de ninfomania, tendo que se submeter também à terapia intensiva. 




Fica fácil gostar de um filme onde a primeira impressão é achar que todo mundo do lado de lá da tela é bastante maluco e no sense. 
Somos capazes de rir e sentir pena da desgraça desses pobres coitados.
Sem percebermos, usamos a história do filme como um alívio de nossas próprias angustias (bem parecido com a insistência que observamos em crianças mais novas em assistirem desenhos violentos e cenas desastrosas na televisão ou nos jogos de computador) produzindo assim um apaziguamento na nossa violência interna de cada dia.




Hollywood está mudando. Cansou de pregar os finais felizes.
Agora tenta mostrar com um humor inteligente, meio ácido, que até em provas de competições de dança, uma nota 5 é ótimo!
Não é a perfeição que possui a beleza. Nem ganhar todos os concursos. Mas competir. Participar. E principalmente achando um parceiro que mesmo com suas loucurices e falhas tope ficar ali do seu lado aprendendo novos passos, negociando novas vitórias.


Tudo o que a dupla Pat e Tiffany procura é uma estratégia eficaz para viver neste lugar maluco chamado realidade.

Em O Lado Bom da Vida, o diretor David O. Russell faz do termo "excelsior" seu estandarte, e transforma drama em comédia com perfeição.

Aponta que, mesmo quando as personagens parecem perdidas e sem o controle de sua vida, se esforçam ao máximo para continuarem no ballet doido (ou doído) que é estar vivo.