sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Bastante Sentido


Fugimos dela. Da emoção. Como quem foge de uma praga, peste, epidemia.
A emoção é torcida e distorcida a todo momento para não sabermos direito se ela está lá.


É muito imediato a gente se dar conta que perdeu o olfato, visão, paladar, visão, tato e nos preocupamos em recuperar esses sentidos, na pior das hipóteses, nos adaptamos.  
Ao contrário, não percebemos quando perdemos por exemplo a razão. Demora para cair a ficha.
Os sentimentos são mais sutis que os sentidos e nem por isso agem separados.
Quantas vezes já ficou surdo de raiva, ou mudo de medo. Ou ainda cego de amor?


As epidemias acontecem no âmbito emocional também e não percebemos:
Os modelos de relacionamento que contaminam uma, duas, sei lá quantas gerações.
As técnicas de assepsia que procuramos ter quando as novidades chegam até nós.
Quando a ausência do outro é um alívio, e portanto nossos bunkers protetores cheios de comida, bebida, livros, roupas, carros, tecnologia e o resto das coisas que ficam congestionando a passagem daquele que realmente pode chegar até você.



Seria interessante se quem assistisse um filme do tipo Perfect Sense pudesse mudar (a tempo) o jeito de viver e se boicotar menos, dando chance pra usufruir mais dos sentidos e dos sentimentos que estão por aí todos os dias nos rondando e talvez por isso nem percebemos direito a vida que vai passando enquanto estamos preocupados demais com todo o resto.



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